O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) é daqui duas semanas, e como este é um blog literário, nada mais oportuno do que fazer uma revisão das Escolas Literárias Brasileiras. Uni o útil ao agradável: o dever de estudar, e o prazer de escrever pro blog. Não sou especialista no assunto, mas tentarei passar os meus conhecimentos o melhor possível. Não reparem os erros de português, afinal, sou boa em Literatura e não gramática, infelizmente. Tenho aqui a contribuição indireta de minha professora Fátima, e agradeço a ela por toda a sabedoria adquirida dela.
Serão vários posts a respeito do assunto, com as principais características e autores, além de resenhas e análises de livros referentes aos movimentos. Vamos começar.
Também chamadas de Estética Literária, Período Literário e Movimento Literário, são períodos históricos demarcados por datas, em que vários autores escreveram poesias, narrativas e até mesmo teatros e que apresentam algumas semelhanças por pertencerem à mesma época, são elas:
1500 - 1601 → Quinhentismo
1601 - 1768 → Barroco ou Seiscentismo
1768 - 1836 → Arcadismo ou Neoclassicismo
1836 - 1881 → Romantismo
1881 - 1902 → Realismo/Naturalismo
1882 - 1902 → Parnasianismo
1893 - 1902 → Simbolismo
1902 - 1922 → Pré Modernismo
1922 - 1960 → Modernismo
1960 - Até os dias atuais → Pós Modernismo
(Clique no nome da Estética Literária para ver a postagem)
Quinhentismo (1500 - 1601)
Devido a chegada dos Portugueses por conta do descobrimento do Brasil, houve um choque cultural muito grande entre índios e europeus. Há a chegada de padres jesuítas, os quais faziam parte da companhia de Jesus e estavam a serviço da Contrarreforma, proposta pela Igreja Católica. A contrarreforma foi uma resposta da Igreja para a Reforma Protestante de Martin Lutero, este, pregava mais liberdade religiosa. Há então, a Literatura de Informação e a Literatura de Catequese.
A Literatura de Informação consistia nos escritos pelos cronistas viajantes europeus que vieram para o Brasil. Seu objetivo era descrever as terras conquistadas pelo povo português, nas Grandes Navegações. São textos, relatos e cartas, chamados hoje de crônicas. Pero Vaz de Caminha foi o maior cronista desta época, autor da "Carta de Caminha".
A carta descreve as terras, a fauna, flora, e seus habitantes. Caminha fica deslumbrado com as belezas do Brasil, cita que as 'vergonhas' dos índios andam descobertas, com tamanha ingenuidade e inocência. Por mais que diga-se que não sabiam da existência do novo mundo, é possível notar na carta indícios de que desviaram do caminho das índias propositalmente. Conta ao Rei de Portugal que não encontraram ouro, mas que vê um grande potencial de exploração nessas terras, e nessa gente. Acredita que o maior investimento seja 'salvar essa gente', isto é, ensinar a religião católica.
Outros Cronistas Viajantes: Pero Magalhães Gândaro, Jean de Lery, Hans Staden, Gabriel Soares, Fernão Cardim.
Trechos da Carta:
Andam nus, sem cobertura alguma. Nem se preocupam em cobrir ou deixar de cobrir suas vergonhas mais do se que preocupariam em mostrar o rosto. E a esse respeito são bastante inocentes. Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, eles se tornaria, logo cristãos, visto que não aparentam ter nem conhecer crença alguma. Portanto, se os degredados que vão ficar aqui aprenderem bem a sua fala e só entenderem, não duvido que eles, de acordo com a santa intenção de Vossa Alteza, se tornem cristãos e passem a crer na nossa santa fé. Isso há de agradar a Nosso Senhor, porque certamente essa gente é boa e de bela simplicidade. E poderá ser facilmente impressa neles qualquer marca que lhes quiserem dar, já que Nosso Senhor lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens. E creio que não foi sem razão o fato de Ele nos ter trazido até aqui.
Na Literatura de Formação ou de Catequese os escritores eram os padres jesuítas, que desejavam converter os índios ao catolicismo a fim de angariar mais fiéis. Era uma literatura de caráter medieval, já que na Idade Média, havia a aplicação do Teocentrismo, Deus era a explicação única para tudo. Padre Anchieta fora o mais importante da missão, ensinava os índios por meio da poesia melódica, com versos curtos de cinco ou sete sílabas (redondilha menor e redondilha maior, respectivamente), a qual ajudava os índios a memorizarem mais fácil as ideias cristãs. Sua poesia era maniqueísta, o bem versos o mal. Chegou a escrever um dicionário do tupi-guarani para o português, mas foi barrado por Portugal, que julgava errado aprender a língua dos nativos ao invés de fazê-los aprender a língua daqueles que o dominam.
Espero que tenham entendido, dúvidas ou sugestões, deixe um comentário. Fique atento aos próximos posts! Até.
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