Olá galera, como estão? Curtindo bem o feriado? Hoje trago para vocês algumas das novidades da Editorial Record. Dentre elas, três livros do autor Patrick Modiano, que teve seus livros traduzidos para mais de 30 idiomas. Remissão da Pena, Flores da Ruína e Primavera de Cão são histórias independentes mas formam a “trilogia
essencial” da obra do autor. Escolha um desses livros e se delicie nesse restinho de feriado.
Uma praça em Antuérpia
Luize
Valente
Páginas: 364
Editora: Record
Após
sua estreia literária com O segredo do oratório, sucesso de público e
crítica, Luize Valente volta a mergulhar, de maneira ainda mais surpreendente,
na história de uma família de migrantes em Uma praça em Antuérpia.Com
domínio da narrativa, que vai e volta do ano-novo de 2000 em Copacabana para os
anos da eclosão da Segunda Guerra na Europa, Luize reconstitui a desgraça
imposta pelo nazismo aos judeus, razão pela qual muitos deles viriam fazer a
vida no Brasil.
Reunindo
sensibilidade pelo drama humano e extensa pesquisa histórica, Luize retrata a
chaga do nazismo na miudeza do cotidiano, na intimidade das famílias alemães e
europeias, com bárbaros desdobramentos em Portugal, no lar de Clarice e Olivia,
de onde a narrativa parte para ganhar o mundo e o Brasil. Acompanhamos a fuga
de Clarice e seu marido, o pianista judeu Theodor, por grande parte da Europa,
sempre um passo à frente da perseguição nazista, fuga que leva parte da família
a cruzar o oceano. Como se não bastasse essa narrativa de tirar o fôlego, Luize
presenteia o leitor com um final emocionante e totalmente
inesperado.
Rio Negro, 50
Nei
Lopes
Páginas: 288
As histórias – pois são muitas as vidas que se
cruzam neste romance – começam no dia 17 de julho de 1950, quando a derrota do
escrete brasileiro na Copa do Mundo motiva um assassinato absurdo, de fortes
conotações racistas. O crime é discutido na roda do Café e Bar Rio Negro,
epicentro da vida intelectual dos “homens de cor” na Capital da República, e
onde somos apresentados a fascinantes personagens. A partir desse microcosmo da
então capital da República, em que personagens da história brasileira, como
Dolores Duran e Abdias Nascimento, se cruzam nas deliciosas criações ficcionais
de Nei Lopes, percorremos uma década decisiva da cidade do Rio de Janeiro e da
afirmação da cultura afro-brasileira.
O senhor agora vai mudar de corpo
Raimundo
Carrero
Páginas:
112
Na madrugada de 18 para 19
de outubro de 2010, o escritor Raimundo Carrero – um dos mais premiados
escritores brasileiros – sofreu um AVC, que o deixaria com o lado esquerdo
comprometido. Ao retornar da UTI do hospital onde permaneceu durante 15 dias,
sentou-se no computador para tentar transformar em literatura aquela
experiência dolorosa. Quatro anos e diversos rascunhos apagados depois, por fim
Carrero encontrou a forma literária que procurava. O senhor agora vai mudar de corpo é um breve e pungente romance, em
que o escritor revisita momentos decisivos de sua vida passada a partir do
terrível momento em que temeu perder definitivamente controle de seu corpo.
Remissão da Pena
Patrick Modiano
Páginas:
128
Editora:
Record
Patrick e seu irmão são
confiados a amigas de seus pais em Paris após a Segunda Guerra. Das mulheres
responsáveis pelos dois meninos pouco se sabe além do que revelam os trechos de
conversas entreouvidas por Patrick: que uma delas é uma pessoa triste e que a
outra foi artista de circo. Isso e o fato de receberem as visitas frequentes de
Jean D. e Roger Vincent durante o dia e de diversos visitantes noturnos. Nesse
mundo intangível, os dois irmãos seguem de mãos dadas pela infância através da
rue du Docteur-Dornaine e em meio a visitas a castelos, excursões a Paris,
leitura de histórias de aventura, tardes ouvindo rádio — sempre à espera de
que, um dia, alguém volte para buscá-los.
Flores da ruína
Patrick
Modiano
Páginas:
144
Editora:
Record
Em 24 de abril de 1933, dois jovens cônjuges se
suicidam em seu apartamento em Paris. Naquela noite, eles teriam se encontrado
com diversas pessoas e foram dançar. Trinta anos depois, o narrador tenta
reconstruir a história deles, que parece se cruzar com a sua própria. Cada
pergunta suscita outras, como um eco, ao curso de andanças fantasmagóricas por
Paris, de lembranças que retornam à memória.
Primavera de cão
Patrick Modiano
Páginas:
112
Editora:
Record
Aos dezenove anos, numa manhã da
primavera de 1964, o narrador encontra o fotógrafo Francis Jansen. Ele trabalha
em Paris para uma revista norte-americana, foi amigo de Robert Capa,
encontrava-se com uma mulher chamada Colette Laurent que agora o procura
incessantemente, guarda todas as suas fotos em três maletas, e desaparece sem
deixar vestígios.
Homem evasivo e misterioso, Jansen faz
parte da galeria de tipos que, como só Patrick Modiano é capaz de descrever,
prefere o silêncio e as reticências às palavras. O
narrador retorna a bairros afastados, tenta reencontrar pessoas perdidas, e
busca romper a camada de silêncio e de amnésia ao seu redor. As silhuetas lhe
escapam; depois de trinta anos, os rostos já não estão nítidos. Ele deseja
recuperar o passado, para que se torne algo além de fragmentos distantes e
ausentes. Tudo lhe causa uma sensação de irrealidade. E é na busca do passado,
de Francis Jansen e de tantos outros, que sua identidade é rememorada.
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