Oi gente! Como estão? Espero que maleficamente bem, porque hoje a resenha é do livro O Pacto, de Joe Hill, filho do rei dos terrores: Stephen King. Nunca li nada do rei, mas admito que tenho muita vontade de apreciar cada um dos muitos livros que ele escreveu.
Não tem livro mais cheiroso que O Pacto, ele é maravilhosamente perfumado. A narrativa é um tanto quanto confusa em algumas partes do livro, mas muito estruturada em outros capítulos. A escolha do título das divisões de capítulos foi ótima, nos deixa mais curiosos para saber o que acontece naquelas páginas amarelas e aromáticas. Ao longo da leitura, a lauda adquiria a textura das palavras, enquanto eu absorvia todo o sentimento dos personagens. Este é um dos livros que eu leria novamente. O Pacto é bom como os diabos, definitivamente! Deixemos de floreamentos ao mestre Hill, e vamos à narrativa.
Título: O Pacto
Autor: Joe Hill
Editora: Arqueiro
Edição: 2010
Páginas: 320
Título Original: Horns
Tradução: Bárbara Heleodora e Hellen Potter
ISBN: 978-85-99296-88-2
Sinopse: "Ignatius Perrish sempre foi um homem bom. Tinha uma família unida e privilegiada, um irmão que era seu grande companheiro, um amigo inseparável e, muito cedo, conheceu Merrin, o amor de sua vida. Até que uma tragédia põe fim a toda essa felicidade: Merrin é estuprada e morta e ele passa a ser o principal suspeito. Embora não haja evidências que o incriminem, também não há nada que prove sua inocência. Todos na cidade acreditam que ele é um monstro. Um ano depois, Ig acorda de uma bebedeira com uma dor de cabeça infernal e chifres crescendo em suas têmporas. Descobre também algo assustador: ao vê-lo, as pessoas não reagem com espanto e horror, como seria de esperar. Em vez disso, entram numa espécie de transe e revelam seus pecados mais inconfessáveis. Um médico, o padre, seus pais e até sua querida avó, ninguém está imune a Ig. E todos estão contra ele. Porém, a mais dolorosa das confissões é a de seu irmão, que sempre soube quem era o assassino de Merrin, mas não podia contar a verdade. Até agora. Sozinho, sem ter aonde ir ou a quem recorrer, Ig vai descobrir que, quando as pessoas que você ama lhe viram as costas e sua vida se torna um inferno, ser o diabo não é tão mau assim."
Atenção: Contém Spoiler!
Spoilers serão marcados em vermelho
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Desde o inicio, o Diabo e as mulheres se uniram contra Deus, desde quando Satanás, na forma de uma serpente, se aproximou do primeiro homem e sussurrou no ouvido de Adão que a verdadeira felicidade não estava nas preces, mas sim na boce** de Eva." Página 191
No dia seguinte, chifres crescem-lhe por suas têmporas, e com elas, Ig torna-se um ouvinte nato. As pessoas falam com ele como se falam-se consigo mesmas, ou pior, com seu demônio interior. Vários são os episódios em que pessoas falaram-lhe coisas grotescas, as quais jamais ousariam pensar perto de alguém. O pior ainda está por vir, ao buscar abrigo na sua família, ouve confissões doentias.
"Talvez fosse o preceito mais antigo do demônio, o de que se podia sempre confiar nos pecados para revelar o que havia de mais humano em uma pessoa, fosse para o bem, fosse para o mal"
Os personagens foram muito bem trabalhados, principalmente a forma como o assassino é descrito. Estava meio óbvio quem era o assassino, ficamos nos perguntando o livro inteiro o porquê dele ter feito isso, e pistas vão sendo dadas para que o leitor desvende isso. Porém, quando ele confessa, ficamos boquiaberto da frieza de seus atos, realmente fiquei com muita raiva nesse livro depois de saber os motivos do assassinato.
É impressionante como você pensa tratar-se de uma coisa, mas o autor desmente esse fato. Eu pensava que Merrin era uma garota tímida, inocente, mas ela é muito mais do que isso. No decorrer dos fatos e dos relatos do passado é possível descobrir uma Merrin que poucos conheciam. Ela era muito diferente de acordo com a ocasião e principalmente, com as pessoas.
Uma coisa que não gostei, é que Ig sofreu muito. Se já não bastasse perder a pessoa que ele mais ama e ainda ser acusado de tê-la matado, Perrish é praticamente trucidado pelo assassino de Merrin. Eu realmente achei que ele morreria sem vingar a morte dela. Porém, quando o faz, parece que faltou coisas, não fiquei satisfeita com o modo em que ele se vinga, quase não parece uma vingança.
Um ponto negativo do livro é que o leitor fica sem saber o porquê de Ig ter se transformado em uma espécie de diabo. E que final foi aquele? Parece que Joe estava com dó do assassino, eu fiquei foi é com raiva, muita raiva. Sinceramente, eu esperava que ele tivesse um pouco de consideração com seus leitores e revelasse o motivo dos chifres de Ig.
Em suma, é um livro fantástico. Eu sempre recomendo esse livro. Embora não seja de terror, alguns trechos são assustadores. Hill fala de uma forma como se ele fosse o dono da verdade, isso nos leva a pensar sobre algumas coisas da vida. Principalmente quando ele critica a Igreja, passamos a refletir sobre o que ela realmente quer conosco.
Espero que tenham gostado da resenha. Qual sua opinião? Deixe nos comentários!
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