quarta-feira, 30 de julho de 2014

Tatuagens Literárias - Tattoos inspiradas em livros

Há vários tipos de leitores, entre eles aqueles que se sentem profundamente tocados por algum livro, especialmente por um trecho. Sentem a necessidade de eternizar esse sentimento também na pele. Nesta postagem, você vai conferir alguns desses sentimentos, que marcaram o corpo à tinta.

Essa aqui é a tatuagem de @barbaramanoela, com escritos de Paulo Leminski, curitibano, conhecido por sua poesia visual. O trecho é de "Incenso fosse música", publicado no livro "Distraídos, Venceremos"

Poesia concreta também do paranaense.



Faz referencia a plataforma 9 3/4 de Harry Potter. Escrito pela célebre J.K Rolling.

Já esta, simboliza as relíquias da morte. São estas: a Pedra Filosofal, a varinha das varinhas, e a capa da invisibilidade.


Citação de 'O Apanhador no Campo de Centeio', de J.D Slinger, a qual diz "As pessoas nunca notam nada". 

Representação de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll


Essas fofuras são do livro "O Pequeno Príncipe", do autor Antoine, livro especial tanto para crianças quanto adolescentes.




Pronto para fazer a sua? Se você já tem uma tatuagem literária, envie pra cá, ficarei feliz em vê-la. O que achou das tattos, teria coragem de fazer alguma? Deixe seu comentário!




segunda-feira, 28 de julho de 2014

Resenha ~ Cartas na rua - Charles Bukowski

Olá! Esta é a primeira resenha do blog, espero que gostem.

     Ficha Técnica.
Título: Cartas na rua.
Autor: Charles Bukowski
Tradução: Pedro Gonzaga
Editora: L&PM 
Ano: 2013
Páginas: 192
Coleção Pocket

Sinopse: "Cartas na Rua é o primeiro livro a apresentar Henry Chinaski, alter ego de Bukowski e protagonista de cinco dos seus seis romances. Autobiográfico, trata do período em que o escritor trabalhou nos correios e de como o sistema massacrou sua vida, moral e saúde. Com um humor sarcástico, soube pegar algo desinteressante (o trabalho de carregar e separar correspondência) e utilizar isso como uma forma de identificação com todo e qualquer leitor que já tenha tido um trabalho do qual não gostava. Extremamente original, já carregava a marca do estilo de Bukowski: texto conciso, objetivo e muito simples, repleto de diálogos e dividido em vários capítulos curtos. Conforme expresso pelo autor: ” Eu me preocupava com o ritmo”. Essa forma o consagrou como escritor e revela uma forte influência de Fante e Hemingway. Sem dúvida, é uma de suas obras mais importantes."


Cartas na rua é um livro bem simples fácil de entender, e sem muitos devaneios. Henry Chinaski é um carteiro substituto, encarregado de substituir os carteiros que faltaram, com a desculpa de que estão doentes, geralmente em dias chuvosos. Sempre é destinado para o caminho mais difícil, pelo seu chefe Jonstone, o que lhe causa profunda raiva. Durante todo o livro isso acontece, deixando a leitura um pouco tediosa, claro que acontecem algumas aventuras, mas a narrativa sempre se volta ao trabalho "temporário" de carteiro; entre caminhos com armadilhas, cachorros raivosos, perguntas sobre o carteiro fixo ou loucas correndo perguntando se ele tem uma carta para elas, seja lá quem elas são.

O personagem divide um apartamento com Betty, e mantém uma espécie de relacionamento com ela. Ele pede demissão, e ela começa a trabalhar. Embora ele mantenha as despesas, ela sente-se ofendida pelos pensamentos dos vizinhos, que imaginam que ela o sustenta, e eles se separam. Ele perdeu a mulher e o cachorro.
Henry se junta à uma garota do Texas, vende seu carro por 10 dólares e embarca com Joyce em um ônibus para o Texas. Ela é uma garota rica e mimada, juntou-se a Chinaski para que se tornasse independente e mostrasse isso a seus pais. Ele volta ao emprego nos Correios, ela começa a trabalhar na Prefeitura, porém, apaixona-se por um empregado do escritório, e eles se separam. Ele ficou com o carro, já que Joyce não sabia dirigir.

"Deus, ou seja lá quem, continua cuspindo-as nas ruas, e o rabo dessa é muito grande, e os peitos daquela são pequenos demais, e aquela outra é louca, e outra totalmente pirada, tem uma ainda que é religiosa e outra que adivinha o futuro em folhas de chá, há a que não consegue segurar seus peidos, e mais aquela que tem um nariz imenso, sem esquecer daquela de pernas esquálidas" Pg.133/134

O carteiro reencontra Betty e fica sabendo que o cachorro fora atropelado. Após passarem o Natal juntos, eles se dispersam. Dias depois ele a procura em seu hotel, e toma conhecimento que ela está no hospital, onde vai para vê-la morrer, por ter bebido demais por anos.
Se interessou por uma mulher que estava no hipódromo, onde costumava ir. Fay participara de algumas oficinas literárias, andava sempre de preto e dizia estar protestando contra a guerra. Passaram a morar juntos, ela engravidou e deu à luz uma linda menina chamada Marina. A mulher resolveu se mudar, Henry concordou em pagar-lhe uma quantia por mês. Fay ficou com Marina e Chinaski com o gato.


Eu esperei muito deste livro, e acabei me deparando com uma narrativa simples, sem devaneios a que estava acostumada nos livros do Bukowski. Creio que por ser o primeiro romance do "Velho Safado" (como é chamado carinhosamente por seus fãs), ele escreveu de forma branda, não sem demonstrar que domina a arte da escrita. Nesse livro, Chinaski está mais sóbrio, além de demonstrar amor pela sua família, também é possível notar um pouco de esperança (o que será sufocado nos outros livros dele). Uma das maiores paixões de Charles são as mulheres, em todos os livros há uma referência à elas, e claro que não faltaria neste. No livro, expõe como as mulheres se prendem a opiniões alheias, e não vivem suas próprias histórias.
Assim como muitos dos livros dele, Cartas na rua é um livro autobiográfico, que conta o erro de ter se candidatado ao trabalho nos correios, onde passou grande parte da sua vida. É um livro que pode-se ler em um dia, mesmo contando acontecimentos do cotidiano, ele te prende, e é uma revelação do começo ao fim.
Se você nunca leu Bukowski e deseja se iniciar nesse mundo de devaneios, palavrões, bebidas e mulheres vistas de um jeito um tanto quanto diferente, este é o livro certo.

Compre o livro: Buscapé.

Até mais ;-)


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