Olá! Esta é a primeira resenha do blog, espero que gostem.
Ficha Técnica.
Título: Cartas na rua.
Autor: Charles Bukowski
Tradução: Pedro Gonzaga
Editora: L&PM
Ano: 2013
Páginas: 192
Coleção Pocket
Sinopse: "Cartas na Rua é o primeiro livro a apresentar Henry Chinaski, alter ego de Bukowski e protagonista de cinco dos seus seis romances. Autobiográfico, trata do período em que o escritor trabalhou nos correios e de como o sistema massacrou sua vida, moral e saúde. Com um humor sarcástico, soube pegar algo desinteressante (o trabalho de carregar e separar correspondência) e utilizar isso como uma forma de identificação com todo e qualquer leitor que já tenha tido um trabalho do qual não gostava. Extremamente original, já carregava a marca do estilo de Bukowski: texto conciso, objetivo e muito simples, repleto de diálogos e dividido em vários capítulos curtos. Conforme expresso pelo autor: ” Eu me preocupava com o ritmo”. Essa forma o consagrou como escritor e revela uma forte influência de Fante e Hemingway. Sem dúvida, é uma de suas obras mais importantes."
Cartas na rua é um livro bem simples fácil de entender, e sem muitos devaneios. Henry Chinaski é um carteiro substituto, encarregado de substituir os carteiros que faltaram, com a desculpa de que estão doentes, geralmente em dias chuvosos. Sempre é destinado para o caminho mais difícil, pelo seu chefe Jonstone, o que lhe causa profunda raiva. Durante todo o livro isso acontece, deixando a leitura um pouco tediosa, claro que acontecem algumas aventuras, mas a narrativa sempre se volta ao trabalho "temporário" de carteiro; entre caminhos com armadilhas, cachorros raivosos, perguntas sobre o carteiro fixo ou loucas correndo perguntando se ele tem uma carta para elas, seja lá quem elas são.
O personagem divide um apartamento com Betty, e mantém uma espécie de relacionamento com ela. Ele pede demissão, e ela começa a trabalhar. Embora ele mantenha as despesas, ela sente-se ofendida pelos pensamentos dos vizinhos, que imaginam que ela o sustenta, e eles se separam. Ele perdeu a mulher e o cachorro.
Henry se junta à uma garota do Texas, vende seu carro por 10 dólares e embarca com Joyce em um ônibus para o Texas. Ela é uma garota rica e mimada, juntou-se a Chinaski para que se tornasse independente e mostrasse isso a seus pais. Ele volta ao emprego nos Correios, ela começa a trabalhar na Prefeitura, porém, apaixona-se por um empregado do escritório, e eles se separam. Ele ficou com o carro, já que Joyce não sabia dirigir.
"Deus, ou seja lá quem, continua cuspindo-as nas ruas, e o rabo dessa é muito grande, e os peitos daquela são pequenos demais, e aquela outra é louca, e outra totalmente pirada, tem uma ainda que é religiosa e outra que adivinha o futuro em folhas de chá, há a que não consegue segurar seus peidos, e mais aquela que tem um nariz imenso, sem esquecer daquela de pernas esquálidas" Pg.133/134
O carteiro reencontra Betty e fica sabendo que o cachorro fora atropelado. Após passarem o Natal juntos, eles se dispersam. Dias depois ele a procura em seu hotel, e toma conhecimento que ela está no hospital, onde vai para vê-la morrer, por ter bebido demais por anos.
Se interessou por uma mulher que estava no hipódromo, onde costumava ir. Fay participara de algumas oficinas literárias, andava sempre de preto e dizia estar protestando contra a guerra. Passaram a morar juntos, ela engravidou e deu à luz uma linda menina chamada Marina. A mulher resolveu se mudar, Henry concordou em pagar-lhe uma quantia por mês. Fay ficou com Marina e Chinaski com o gato.
Eu esperei muito deste livro, e acabei me deparando com uma narrativa simples, sem devaneios a que estava acostumada nos livros do Bukowski. Creio que por ser o primeiro romance do "Velho Safado" (como é chamado carinhosamente por seus fãs), ele escreveu de forma branda, não sem demonstrar que domina a arte da escrita. Nesse livro, Chinaski está mais sóbrio, além de demonstrar amor pela sua família, também é possível notar um pouco de esperança (o que será sufocado nos outros livros dele). Uma das maiores paixões de Charles são as mulheres, em todos os livros há uma referência à elas, e claro que não faltaria neste. No livro, expõe como as mulheres se prendem a opiniões alheias, e não vivem suas próprias histórias.
Assim como muitos dos livros dele, Cartas na rua é um livro autobiográfico, que conta o erro de ter se candidatado ao trabalho nos correios, onde passou grande parte da sua vida. É um livro que pode-se ler em um dia, mesmo contando acontecimentos do cotidiano, ele te prende, e é uma revelação do começo ao fim.
Se você nunca leu Bukowski e deseja se iniciar nesse mundo de devaneios, palavrões, bebidas e mulheres vistas de um jeito um tanto quanto diferente, este é o livro certo.
Compre o livro:
Buscapé.
Até mais ;-)