quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Uma voz feminina no mundo da ciência - Por Ohana Macacare

A visibilidade feminina no mercado de trabalho sempre foi ofuscada por homens de ternos caros, que na primeira oportunidade expõem suas supostas superioridades sobre mulheres que tanto lutam para achar seus lugares ao sol (tudo bem, isto pode até parecer exagerado e tendencioso, mas por que não seria? Mas vamos voltar no ponto em que eu quero chegar) e no mundo da ciência, não é nada diferente. 

Então, vamos dar um pouco de visibilidade para quem realmente merece, vamos dar visibilidade para mulheres que fazem ciência. O site “Science, it's a girl thing!” (Ciência: um mundo feminino) organizado pela Comissão Europeia, é uma ótima ferramenta para o entendimento simplificado sobre a ciência, principalmente por ter um lugar reservado onde mostram depoimentos de mulheres que trabalham com a ciência, só que temos um problema aqui, como o site é organizado pela Comissão Europeia, os depoimentos apresentados são apenas de cientistas do continente europeu, mas vale muito a pena dar uma olhada, segue o print da página. 


Como meu objetivo é focar no continente americano, segue o link da página “Science, it's a girl thing!”para quem tiver mais interesse(http://science-girl-thing.eu/pt). 

Agora sim, vamos para a América, América Latina para ser mais exata, esbarrando em uma das principais dificuldades femininas, a igualdade salarial. A imagem a seguir foi retirada de um artigo denominado “Mulher latino-americana e caribenha: com mais educação, mas pior remuneração” publicada em 2012 pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). 

Então, vamos analisar o gráfico; no gráfico em barras o padrão a ser seguido é o salário mensal de um homem em tal área de trabalho, e contrapondo temos o salário de uma mulher que trabalha exatamente na mesma posição que o homem usado como parâmetro, já no gráfico em pizza temos a comparação numérica entre homens e mulheres no mercado de trabalho. 

Já que nosso tema é “Uma voz feminina no mundo da Ciência” vamos parar um pouquinho para olhar os dados referente a profissão de cientista: para começar (tendo em mente que esses valores são dados em dólar, e que isto não muda o fato de ser um valor salarial baixo) a média salarial tanto feminina quanto masculina é injusta para uma profissão que tanto colabora com o desenvolvimento da humanidade e ainda para piorar a média salarial feminina é cerca de 35% mais baixa que a masculina, ou seja, além de termos uma jornada de trabalho exaustiva (isso em qualquer profissão e não apenas a de cientista), se esforçar ao máximo para demonstrar os resultados de suas pesquisas e ainda (para algumas) ter que dar conta dos trabalhos domésticos, ganhamos menos.

(Juro que vou controlar esta minha revolta, juro também que não vou me deter nos fatos ruins de ser uma cientista, então meus amigos, continuem lendo, porque daqui para frente vou falar de algumas mulheres, brasileiras, que dominam o mundo cientifico). 

Vamos começar por Suzana Herculano-Houzel, “A Neurocientista de plantão”. 

(Antes tenho que confessar que sou apaixonada pelo trabalho dessa mulher, e pela foto ao lado, já dá para imaginar com o que ela trabalha e também o quanto ela tem um bom humor).

Suzana é brasileira, nascida no Rio de Janeiro onde cursou Biologia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) passando pelo mestrado, doutorado e pós-doutorado (no final colocarei o Link do Lattes dela para quem se interessar poder ver). Atualmente é professora na UFRJ e dirigente do Laboratório de Neuroanatomia Comparada na mesma universidade em que leciona. 

Agora vamos falar um pouquinho sobre suas contribuições e para este fim vou usar o artigo “The Human Brain in Numbers: A Linearly Scaled-up Primate Brain”. 

Suzana começa questionando o que faz nosso cérebro ser tão especial, pois nossa espécie (vale ressaltar que por enquanto) é a única que mantem uma consciência de sua existência sempre tentando entender nossa essência, diferentemente de outras espécies. Então, o que nos faz tão especiais? Poderíamos levar em conta o tamanho do cérebro, pois quanto maior o cérebro, maior será a quantidade de neurônios consequentemente maior será a capacidade cognitiva, certo? Errado, se esta dedução estivesse certa, provavelmente os elefantes estariam nos estudando e não ao contrário, logo o tamanho do cérebro não tem relação com a capacidade cognitiva de cada espécie. Para reforçar a exclusividade do cérebro humano, a autora ainda demonstra o quanto a nossa espécie, palavras da própria Suzana, “desvia a relação entre o corpo e tamanho do cérebro”, ou seja, fugimos da regra de que o tamanho do cérebro deve ser proporcional ao tamanho do animal, diz ainda que outros primatas também fogem à regra, mas ainda sim somos mais especializados, e a suposta explicação para isto será o tema do nosso próximo parágrafo; quantidade de neurônio e sua distribuição. 

Fora propagado por muitos anos que o cérebro humano tinha 100 bilhões de neurônios, sendo este um neuromito, pois foi comumente divulgado no campo cientifico porem sem nunca terem realizado experimentos que realmente comprovassem este número. Suzana foi tão F@#% que ajudou a desmistificar este mito, num trabalho muito detalhista ela e sua equipe chegou ao número de 86 bilhões de neurônios (quem se interessar, dê uma olhadinha no link http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/02/23/n%C3%BAmeros-em-revis%C3%A3o/). E qual é o motivo de ser tão importante a quantidade de neurônio e sua distribuição? 

Quanto maior o número de neurônio e com uma melhor distribuição, de uma forma que a comunicação neural seja ampliada, melhor será o intelecto de tal espécie. Vale lembrar que quantidade de neurônios e capacidade intelectual nada tem com volume cerebral. 

E sobre a Suzana, é isto que tenho que falar agora, para quem tiver mais interesse, espero realmente que tenha, segue alguns links:



Priscila Monteiro Kosaka

Sabemos que para detectar células cancerígenas temos que passar por um processo cansativo e doloroso de biopsia, imaginem agora um modo muito mais rápido e fácil de fazer isto e ainda com o câncer em estado inicial, a cientista brasileira Priscila Monteiro Kosaka conseguiu facilitar as nossas vidas. Só para sentirmos um pouquinho do quanto essa mulher tem um poder, ela é doutora em química e atualmente trabalha no Instituto de Microeletrônica de Madri (vou anexar o lattes dela no final). 

Ela desenvolveu um dispositivo que a própria compara com um trampolim (isso mesmo, um trampolim). A identificação de um tumor se dá pela presença de biomarcadores, o nanosensor criado por ela identifica a presença desses biomarcadores os marcando com uma cor avermelhada, assim a superfície do nanosensor contendo as células cancerígena em estado inicial ficará colorido de vermelho.

Agora eu lhes pergunto, qual é o motivo dessa tecnologia não ser aplicada atualmente? Pelo “simples” fato de custar cara para ser amplamente propagado, e o nosso investimento em novas tecnologias sem quase mínimo. 

Mais uma vez, segue os links:

E é isso gente, espero que tenham gostado, espero que tenham lido até o final (risos) e obrigada pela atenção.

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Um comentário:

  1. Nossa, cê não imagina a felicidade que é ler um post como esse. http://florde-mim.blogspot.com.br/

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